O navio Explorer 1, da fabricante chinesa BYD, chegou recentemente ao porto de Suape (PE), trazendo um lote impressionante de 5.459 unidades de veículos. Essa operação marca a maior chegada de veículos de uma só vez na história do porto, que foi inaugurado há 41 anos.

O Explorer 1, com impressionantes 200 metros de comprimento, é a primeira de oito embarcações que a BYD utilizará para transportar seus veículos para fora da Ásia. A bordo, encontram-se modelos como o Dolphin Mini, o Seal e os inéditos Song Pro e King, que em breve estarão disponíveis no mercado brasileiro.

O navio é do tipo Ro-Ro (roll on, roll off), o que significa que os veículos entram e saem utilizando suas próprias rodas. Durante a travessia de 27 dias entre o porto de Lianyungang, no norte da China, e Suape, o Explorer 1 fez uma parada em Singapura. Curiosamente, embora seja chinês, o navio viaja sob a bandeira da Libéria e é comandado pelo capitão búlgaro Nenko Nenkov, junto a uma equipe composta por 23 tripulantes de diversas nacionalidades.

As instalações do Explorer 1 são novas e bem equipadas. O painel no centro da torre de controle é especialmente avançado, permitindo manobras precisas. No entanto, devido ao seu tamanho imponente (38 metros de largura), o navio não pode atracar nos outros dois portos brasileiros usados pela BYD para desembarcar seus veículos: Vila Velha (ES) e Itapoá (SC).

Uma característica interessante é que o Explorer 1 é movido a GNL (gás natural liquefeito), o que reduz as emissões de enxofre e óxido de nitrogênio. Os engenheiros a bordo notam a diferença, mas para os passageiros, a navegação permanece inalterada.

No processo de embarque e desembarque, o navio aproveita sua grande capacidade e facilidade de manobra. Em média, leva dois dias para carregar e outros dois dias e meio para descarregar os veículos. A cada hora, cerca de 120 carros são retirados por uma equipe de aproximadamente 50 motoristas. Os carros são estacionados a poucos centímetros uns dos outros em 12 deques, otimizando o espaço disponível.

E quanto às chaves dos veículos? Elas permanecem dentro dos carros, que ficam destrancados durante a viagem. Assim, o Explorer 1 continua sua jornada como um gigantesco estacionamento flutuante, conectando continentes e trazendo os veículos BYD para o Brasil.